Estudo sobre a intuição feminina e a reconexão com o arquétipo da mulher selvagem. Nasce da leitura do livro mulheres que correm com os lobos, primeira porta aberta para o caminho.
O selvagem nesse caso não deve ser visto como pejorativo, imoderado ou a ideia de vida na floresta.
O selvagem é o ser completo feminino que entra em contato com a sua natureza, é o ser inteira e aceitar todas as características e consequências disso. Não são expurgadas as características cíclicas, sexuais, escatológicas e outras do ser feminino. Projeto de um cenário roteiro aberto, não um cenário físico, mas espiritual, e de comunicação sensorial que não só visual, mas sinestésica. A narrativa existe como experiência e deve permitir o atuar intuitivo das participantes. A atmosfera é guia e a sinestesia é o motor. Entender o feminino como expansivo e o subjetivo em algum momento como comum entre nós. A Intuição como comunicação entre self selvagem e a mulher, o corpo. E para despertá-la é necessária a vivência múltipla e exposição experimental.
Como torná-la replicável, reconhecível e acolhedora?
A cena, um compilado de experimentos e estudos sobre o tema, e também minha forma de entender melhor como funcionava a transposição deste processo para o mundo.
O experimento poético se apresenta em dois momentos elementares:
A cena, imaterial, viva através do que existe.
A consoante, material, que existe como caminho.
A consoante, que soa como a cena, constrói e comunica, guia e conecta. Consoante candura, intuitiva, crua.
Consoante que em si também é viva, também é sensação. É extensão.
Consoante formada por células:
Reconhecer o corpo (presente), Livrar-se da proteção, Facear o desagradável, Entregar-se, mergulhar e imergir, Despir-se, Ordenar e eleger, Distinguir, Mapear, Presentificar-se, Sombra,
E sobrar.
O não dito como chave para portas, incontáveis portas, a serem ou não atravessadas.
Não se ditam movimentos.
O movimento? Não dito.
E portanto, ter corpo que faz e corpo feito.
Do que se faz o corpo feito se não daquilo que o corpo faz?
Quantas e quais são as peças da Consoante?
Através do que se soa?
Cada célula transcrita para uma substância é viva, é sensação.
Dos cânticos que viraram células, quantas cabem no caminho?
Ciclo que deve ser repetido e revivido e remontado. Porta aberta para a experiência de encontro.
É o que existe como caminho.
Projeto desenvolvido em 2021.